1 de dezembro de 2014

Teobaldo, um brazileiro!

Teobaldo é um cara legal.
Tem 25 anos.
Teobaldo não se deixa influenciar por notícias da mídia, apesar de ser assinante da Veja e não perder um Manhattan Connection na GloboNews.
Teobaldo é muito inteligente. Reproduz fielmente tudo o que assiste, ouve e lê.
Teobaldo não está nada contente com os rumos da política de nosso país.
Foi pras ruas em junho do ano passado, pintou a cara, fez faixas, tirou fotos e postou nas redes sociais e depois pra beber com os amigos.
Teobaldo se preocupa com o Brazil. Defende com unhas e dentes a democracia, mesmo que seja apoiador fiel da volta da ditadura militar e de manifestações para retirada de políticos eleitos do poder.
Teobaldo não acredita em urnas eletrônicas mas foi às ruas comemorar a eleição dos candidatos que ajudou a eleger.
Teobaldo condena os programas assistencialistas e as cotas. Diz que o governo financia acomodados.
Teobaldo tem razão. Afinal, ele tem um cargo num órgão de controle de contas do Estado e outro na Assembleia Legislativa (não se sabe como) onde nunca apareceu, ambos por indicação de parente.
Teobaldo chegou a atuar como assessor de juiz num certo período de tempo, mas foi afastado por (suspeita de) venda de sentença.
Mas nada disso o impede de bater no peito com orgulho das funções que exerce e condenar aqueles que ele julga ser acomodados.
Teobaldo soltou fogos quando políticos e empresários foram presos pela Polícia Federal por corrupção mas demonstrou toda sua indignação quando seus amigos e até parentes foram presos pelo mesmo motivo, numa outra operação, articulada pela mesma PF.
Afirmou ser um absurdo tais prisões de pessoas sérias, competentes e trabalhadoras.
Teobaldo explodiu de emoção com a morte de alguns dos condenados pela justiça num processo de corrupção mas chorou pela morte de seu pai, que também já havia sido condenado pelo desvio de milhões de reais destinados à saúde e à merenda escolar de seu estado.
Teobaldo é assim.
Intenso, coerente, mas acima de tudo, um ser umano, brazileiro com muito orgulho e muito amor.

* Texto escrito após uns momentos de devaneios e que em nada reflete a realidade local ou de qualquer outra região de nosso imenso país. Trata-se de uma crônica de ficção e qualquer semelhança com a realidade é apenas e tão somente mera coincidência.

24 de novembro de 2014

Que coisa, não?!

Pra vocês verem como são as coisas...
Me peguei relembrando da época de criança/pré adolescente quando íamos de carro a Poxoreo visitar meus avós.
Na estrada, meus pais sempre ouviam clássicos da MPB. Pelo menos até quando tinha sinal FM para sintonizar a rádio.
Esperava ansioso para chegarmos até a Serra de São Vicente para que aquele sinal caísse e, aí sim, começássemos a ouvir "música de verdade": pancadão!
Os dias anteriores à viagem serviam para gravar os CDs. Haja música! Afinal, teria que ter arquivos suficientes para a ida (depois da Serra) e a volta (até a Serra).
Meu Deus, hoje fico imaginando a paciência dos meus pais em viajarem por quase 300km (ida e volta) ouvindo esse estilo musical.
Hoje sintonizei no MultiShow e assisti ao primeiro de uma série de shows da Marisa Monte. Simplesmente espetacular!
Que coisa, não?!
Do pancadão para Marisa Monte, sem escalas!
Me perdoe, meus pais. Eu não sabia o que fazia...


14 de novembro de 2014

O filho dos outros

Ontem eu e Manu tivemos o prazer de visitar o filho de um grande amigo.
O garoto é bem alegre, ainda não tem nem um ano de idade, e quando Manu o pegou no colo e ele olhou pra mim, pareceu ter entrado em êxtase!
Engraçado... fiquei observando aquela cena mesmo sem o pegar nos braços...
Pequenos e talvez simplórios momentos me provocam grandes reflexões...
Gosto muito dos bebês em geral. Manu então, nem se fala.
Eles brincam, se divertem, nos divertem, provocam sorrisos... também gritam, choram, fazem bagunça, sujeira... mas quantos de nós não gritam, não choram, não bagunçam, não fazem sujeira...
Tudo é um aprendizado. Tudo é novo.
Talvez eu goste tanto de bebês por encontrar neles exatamente tudo o que não encontro mais em mim.
Num texto que escrevi no aniversário da minha irmã, mencionei exatamente isso: que nela eu encontrava o que eu havia perdido em mim!
Ela já não é mais uma bebê, é claro. Mas ainda não perdeu totalmente aquela inocência e sutileza de uma criança.
É claro que sonho com filhos. Manu quer três (Ave Maria!).
E é inevitável não imaginar o momento em que eles estarão em nosso colo produzindo, talvez, algum sonho nos amigos que os forem visitar.
Isso, obviamente, se eu AUTORIZAR a pegarem dos meus braços.
Talvez por isso eu apenas observe o filho dos outros!
:)


10 de novembro de 2014

Estou com sono

Algo vem me incomodando ultimamente.
Não saberia dizer o que é mas sei que estou incomodado.
Vários poderiam ser os motivos só que procuro um principal.
Ao mesmo tempo em que existe uma força dentro de mim que me motiva a seguir adiante, também convivo com o medo.
Medo de que as coisas não saiam como o esperado.
Medo do insucesso nas batalhas diárias.
Medo, sobretudo, do fracasso.
Não fomos criados para perder.
Não fui criado para derrotas.
Sei que devemos aprender com as quedas mas jamais se acostumar com elas.
O problema é quando nos falta foco: qual o objetivo a ser atingido? Qual a meta? Qual o próximo passo?
Incertezas.
Detesto cenários nebulosos.
Prefiro certezas às indagações.
Aprecio os corajosos que se jogam no abismo do incerto. Mas são eles lá e eu aqui.
Arriscar.
Tentar.
E se não der, recomeçar.
Não, prefiro o seguir.
E se o seguir não der certo?
Bom, aí eu luto para fazer dar certo.
Sinceramente, não saberia recomeçar.
Acho que estou velho demais para isso.
E não, não quero exemplos dos acertos e recomeços. Sei que existem aos montes.
A luta que travo é do eu comigo mesmo.
Cada dia é um round e, até agora, não existiu qualquer nocaute.
Mas o melhor remédio para aliviar as dores dos diretos de direita dessa luta é deitar na cama e dormir.
Inclusive, acho que estou meio sonolento hoje...

9 de novembro de 2014

Deus existe! Né mãe?!

Eu acho assim: Deus existe. Ponto.
Não há nada mais verdadeiro do que isso. É algo que, para mim, é irrefutável.
Vejam vocês: hoje, na catequese, tivemos uma demonstração clara da Sua presença, do Seu carinho e amor por nós.
"Nós quem, você e Manu?" - perguntariam os incautos.
NÓS! Eu, você e todo mundo que sequer acredita em Sua existência.
Sim, porque lidar com um grupo de adolescentes com idades entre 14 a 16 anos, suas dúvidas, seus receios e seus questionamentos por 2 anos, só existindo Deus para nos capacitar, inspirar a estudar seus ensinamentos e repassá-los a esses pequenos curiosos. E esse é só uma das inúmeras outras situações que eu poderia relatar.
"Mas eu não vejo a Deus, não vejo nada do que Ele faz, tampouco sinto sua presença em minha vida."
Bom, me desculpe. Mas do que você precisa? Que Ele desça dos céus e diga: aqui estou?
Aprendi na prática nessa vida catequética (e vida pessoal) algo que ouço há tempos: Deus age nos mínimos detalhes.
Hoje, por exemplo, é o aniversário de Dona Simone Anjos. Sabe quem é essa agradável senhora? Minha mãe!
Dona Simone, assim como tantas outras "Donas" é daquelas mães orgulhosas dos filhos que têm. Costuma ter um papinho besta de vez em quando de que seus filhos estão criados e que, por isso, sua missão na terra já estaria completa. Se esse papinho é inspirado por alguns dos loucos desejos do meu pai, eu não saberia responder.
O fato é que Dona Simone contraria os prognósticos normais da vida de uma jovem senhora como ela e nas condições que têm.
Poderia estar viajando para qualquer lugar do mundo.
Poderia estar em casa assistindo a filmes, documentários. Novelas? Que seja!
Poderia até estar morando com minha irmã em Tocantins. Se bem que...
Bom...
Poderia.
Mas não o faz.
Minha mãe é de uma fidelidade incrível ao meu pai.
Fez um curso de Direito, a pedido dele, só para inspirar os filhos a estudar! Se isso não é algo divino, eu não sei mais o que é amor.
Sim, porque se Deus é amor, esse amor está intrinsecamente enraizado na palavra mãe. E mãe, conserta tudo!
Deus não daria esse dom a nenhuma mulher se ela não soubesse consertar tudo.
Deus existe.
Mãe existe.
Minha mãe existe.
E se Deus é amor, eu só posso dizer que eu O vejo todos os dias ao encontrar com ela e ouvir: "Deus o abençoe, meu filho."
Parabéns, mãe! Louvo a Deus pela sua vida e a do papai todos os dias.
Acho que exerço bem meu papel de filho.
Não aquele papel de filho que toda mãe pediu a Deus.
Mas daquele filho que sempre causa algum tipo de problema e que, por isso, a faz dobrar os joelhos, olhar para Aquele que é a essência do amor e... Rezar! Pedir! E agradecer!
Suas orações e seu exemplo de vida são a maior prova da existência de Deus em minha vida.
Quando menos sou um exemplo de filho, maior é o amor que transborda da cachoeira de seu coração.
Isso é amor.
Isso é ser discípulo de Jesus, filho de Deus.
Isso é ser mãe.
Isso é Dona Simone, minha mãe!
Com o coração cheio de amor e na certeza de estar sendo inspirado por Deus no rabisco dessas palavras, do seu filho,
Marco.



O gosto do ócio

Não encontrei com o tal homem de terno cinza escuro hoje.
Pouco importa. Ou não.
O fato é que pulei da cama assustado.
Por um momento achei que eu estava atrasado para o trabalho.
Não tive uma noite comum de insônia.
Mas achei que hoje era dia de audiência.
Talvez eu necessite de algumas audiências fora dos tribunais...
Manu costuma dizer que sou advogado 24hs por dia.
É a difícil arte do convencimento.
Preciso ser mais marido e menos advogado.
Enfim, já aliviado, peguei uma taça de vinho, liguei a TV e dei início à maratona de jogos desse sábado.
Gosto de ficar em casa. Gosto do ócio. Gosto de vinho.
Não gostei da atualização do whatsapp. Mas... quem sou eu né?!

O homem do terno cinza escuro

Meio dia. 
Ele, de terno e gravata num tom cinza escuro.
Não estava numa sala de escritório, com ar condicionado marcando 20 graus.
Não.
Ele estava com uma mala na mão numa calçada de uma avenida movimentada. Ao meio dia. Sol a pino.
A todo instante olhava o relógio. E conferia algo no celular. Parecia preocupado.
Olhar perdido de quem procurava para onde ir.
Ou com quem ir.
Talvez estivesse esperando alguém.
Talvez estivesse esperando algo.
Talvez.
Fiquei instigado. Afinal, já era o terceiro dia seguido que o via nas mesmas condições.
Fui em sua direção na tentativa de oferecer algum tipo de ajuda.
Ele me viu e saiu apressadamente.